quarta-feira, 10 de março de 2010

Soneto de desejo "qualquer"

Que seja este o primeiro de alguns que tenho:

Soneto de desejo qualquer - Pedro Lopes de Morais

Perdoa-me pelo fato
De ser tão insistente
Para com o teu desejo impertinente
Ficando eu tão estupefacto

Concede-me o teu amor
Sem que eu me perceba
E em minha vã matéria ilesa
Se faça homogêneo o teu sabor

Que por ser tolo não te reprima alento
Mesmo te amando tanto, tanto e por tanto tempo
Ei de saber dá-lo a ti

Sabendo que por mais que eu queira
Provar por primeira e derradeira
Sempre serei teu e tu de mim.

3 comentários:

  1. Para comentar um soneto, somente outro soneto... Mesmo que para isso eu tenha que abrir mão dos meus princípios... Dessa vez vale a pena...

    Soneto da Ausência

    De tudo o que considero importante
    Diante dos dias vividos por mim
    Começo a perceber que num triste fim
    Sonho, Amor nada pode ser constante

    De tudo, sempre considerei infame,
    Certeza única, eterna é a Solidão
    Vazia, modelo de angústia do não
    Morte, medo de que nada se derrame

    Sinto na alma uma dor, ausência profunda
    De amor, da outra presença que me completa
    Algo bem mais além do terror que afunda

    Será que o amor pode ser tudo na vida?
    Um sentimento que o coração desperta,
    Um momento de propensa despedida...

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  2. "(...)modelo de angústia do não/Um momento de
    propensa despedida..."

    É o velho medo da negativa! Devemos é compreender que o mistério da vida é justamente a despedida. Uma eterna espera pelo até a vista...Que invariavelmente há de chegar.

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  3. Poxa... Me surpreende a cada texto... e nesse sonteo então...
    Alguém querendo provar de um sabor nunca antes experimentado, porém já sabendo que ele eh bom....
    Tu é O CARA...

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