sábado, 6 de março de 2010

Me deixa


Deixa eu me lembrar daquele tempo bom. Bom porque eu nem sabia o que era o tempo. O tempo era apenas a tarde que dava lugar à noite e, nesse horário eu não podia sair de casa.
Era então tempo de ansiedade, sem me aquentar de vontade pelo alvorecer, sempre pensando em correr atrás de nada...
Me deixa vai. Deixa eu ser passarinho. Trilhando sem rumo o meu caminho. Mas sabendo que pelo menos ele é meu. Sem egoísmo. É só certeza! De que tem algo para fazer que só eu posso fazer, mas não quer dizer que devo fazer sozinho.
Ainda assim... Me deixa.
Deixa eu buscar consolo no inconstante. Deixa eu tentar ser relevante. Ao menos para mim mesmo.
E ei de provar do encantador, desdenhá-lo e cuspi-lo, chorar e sangrar por ter sofrido...
Ainda assim... Me deixa.

3 comentários:

  1. "...consolo no inconstante..." É o que na verdade sempre buscamos creio! Pena que que o incostante um dia traz á tona a cruel realidade constante e firme que nos martiriza... Mesmo que logo depois da dor vamos nós novamnte nos acalentar com ilusões!!! Me identifiquei demais!!! Xeru!

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  2. "Deixa eu buscar consolo no inconstante. Deixa eu tentar ser relevante. Ao menos para mim mesmo"...

    Uma eterna busca, pelo menos minha. Ser relevante as vezes é difícil, mas há de se tentar.
    Muito bom seu texto, vou te seguir e acompanhar sempre.
    O meu tá meio abandonado ultimamente, acho que vou fazer até outro com outra proposta, mas se quiser dá uma passada lá.

    Xero

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  3. Me deixa vai. Deixa eu ser passarinho. Trilhando sem rumo o meu caminho...

    É o que todos querem...
    Ta tão legal, tão real... tão pedro!!!
    =**

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